POP - Produto Inédito

SÃO PAULO - A Bolsa de Valores de São Paulo e a CBLC (Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia) preparam o lançamento de um produto diferenciado, diretamente voltado ao investidor que deseja aplicar em ações mas tem medo de arcar com perdas significativas decorrentes de variações bruscas do preço do papel.

Trata-se do POP (Proteção do Investimento com Participação), uma combinação de investimento em ações e derivativos, cujo início das negociações no mercado à vista da Bovespa está prevista para 2 de fevereiro de 2007. A perspectiva inicial é de que o produto seja oferecido para as dez ações mais líquidas do pregão

Como funciona?

A lógica de funcionamento é bastante simples. Basicamente, há três operações dentro do produto: a compra de uma ação no mercado à vista, a compra de uma opção de venda e a venda de uma opção de compra - ambas as opções sobre a mesma ação e data de vencimento.

Desta forma, o investidor fica protegido de eventuais quedas abruptas do papel. Isso porque, como comprou uma opção de venda, tem o direito de se desfazer da ação ao preço de exercício previamente estabelecido.

Em contrapartida, se a ação subir bastante, terá seu retorno limitado. Como vendeu uma opção de compra, esta será exercida por um outro investidor, restringindo o eventual ganho do primeiro.

Um exemplo didático Para entender um pouco melhor como será a proteção ao investidor, suponha a compra de uma ação a R$ 50,00; a compra de uma opção de venda com preço de exercício de R$ 48,00; e a venda de uma opção de compra a R$ 52,00. Admita também que o prêmio das duas opções tenha sido de R$ 1,00 - apenas para facilitar.

Perceba que neste caso o gasto inicial seria de R$ 50,00 (-R$ 50,00 por conta do preço da ação; - R$ 1,00 pela compra da opção de venda; e +R$ 1,00 em função da venda da opção de compra).

Cenários possíveis

Caso a ação venha abaixo de R$ 48,00, o investidor exercerá a opção de venda e terá uma perda limitada a R$ 2,00 - mesmo que o papel passe a valer R$ 30,00, por exemplo.

No caso oposto, se a ação superar R$ 52,00, os ganhos também são restritos a R$ 2,00, pois o adquirente da opção de compra exercerá seu direito e comprará a ação por R$ 52,00.

Já se o papel flutuar entre R$ 48,00 e R$ 52,00, nenhuma das opções será exercida e o investidor só precisa se preocupar com seu ganho ou sua perda no mercado à vista.

Uma outra forma de proteção

Note que a vantagem do POP frente à simples compra de uma ação no mercado à vista combinada à aquisição de uma opção de venda - operação que também ofereceria proteção a eventuais quedas - é de que o investidor necessita despender menos recursos.

Com o POP, há a venda de uma opção de compra e, portanto, o recebimento de um prêmio, que permite um financiamento ao investidor. No exemplo acima, o gasto inicial teria sido de R$ 51,00, caso não houvesse venda da opção de compra.

Algumas vantagens

Uma das importantes características do produto é sua flexibilidade e diversificação. Nele, o investidor pode, por exemplo, manter o papel no mercado à vista e se desfazer das opções.

Por fim, é importante lembrar: ao adquirir um POP, o investidor sempre estará comprando a respectiva ação. Desta forma, terá direitos a receber normalmente os dividendos distribuídos pela empresa e demais benefícios - juros sobre o capital próprio, bonificações, direitos de subscrição, etc.

Fonte: http://noticias.uol.com.br/economia/ultnot/infomoney/2006/12/22/ult4040u1791.jhtm

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